
Senador Ciro Nogueira Filho (PP-PI)
Leia a íntegra do texto:
O forró promovido pelo senador Ciro Nogueira com dinheiro público no Piauí
Em 2010, quando ainda era deputado, Ciro e alguns de seus colegas de bancada destinaram emendas parlamentares a promover no Estado as festas da banda Xenhenhém e assemelhadasEu tenho dinheiro e faço tudo que quiser/eu gosto da bagaceira, forró, cachaça e mulher. A letra é cantada em ritmo de forró pelo sanfoneiro Leo, de chapéu e botas de vaqueiro. Leo lidera a banda Xenhenhém, uma máquina de produzir shows e vender produtos. Bebe pra dormir/acorda pra beber/o futuro desses caras/é ver a galha crescer. Enquanto Leo canta, Pônei toca triângulo e dança fantasiado de boneca. Seu Madruga toca zabumba com uma cesta de palha na cabeça. No fundo do palco, mais discretos, o baixista Shrek balança as orelhas de ogro, e o baterista "3 em 1" veste um elmo viking. Com letras que falam de bebida, mulheres, dinheiro e - acredite - exames proctológicos, as apresentações da Xenhenhém fazem sucesso no interior do Piauí. Um de seus ofícios é tocar em festivais bancados por prefeituras. O público adora. Os políticos também. O senador Ciro Nogueira, do PP do Piauí, eleito na semana passada presidente nacional do partido, é um dos mais entusiasmados fãs da Xenhenhém.
Em 2010, quando ainda era deputado, Ciro e alguns de seus colegas de bancada destinaram emendas parlamentares a promover no Estado as festas da banda Xenhenhém e assemelhadasEu tenho dinheiro e faço tudo que quiser/eu gosto da bagaceira, forró, cachaça e mulher. A letra é cantada em ritmo de forró pelo sanfoneiro Leo, de chapéu e botas de vaqueiro. Leo lidera a banda Xenhenhém, uma máquina de produzir shows e vender produtos. Bebe pra dormir/acorda pra beber/o futuro desses caras/é ver a galha crescer

SÓ SUCESSOS
A banda Xenhenhém. Ela recebeu R$ 24 mil de cachê para cantar "Peruca de corno", "Bebe pra dormir" e "Toque retal" (Foto: SECOM-Prefeitura Municipal Luzilândia)
Na hora do bate-coxa com dinheiro público, Ciro sempre puxa Arcoverde juntinho. Entre janeiro de 2011, quando assumiu o mandato de senador, e janeiro deste ano, o gabinete de Ciro pagou R$ 163 mil à Trevo Locadora de Veículos, em Teresina, por "serviços de aluguel de carros". A Trevo pertence à mulher de Arcoverde. No telefone atribuído à Trevo Locadora, a secretária atende com a frase: "Júlio Arcoverde Corretora de Seguros, boa tarde!". A outra sócia da Trevo chama-se Lilian Ruth Martins. Lilian aparece como sócia em outra empresa, a Shopping do Automóvel, do próprio Ciro.
"Não sabia (que as empresas de arcoverde foram contratadas com dinheiro das emendas dele). O serviço foi prestado (pela Trevo)", disse Ciro, dentro do elevador privativo do Senado. Assim que a porta se abriu, Ciro abandonou ÉPOCA no salão. Saiu rapidamente e entrou num carro - oficial, do Senado, não da Trevo Locadora. Em nota enviada depois, Ciro afirma que "não há, nem jamais houve, qualquer questionamento legal sobre os referidos serviços (da locadora de carros Trevo)". "Sou correligionário de Ciro", diz Arcoverde. Ele acaba de assumir o comando do PP no Piauí, para preparar a campanha de Ciro ao governo do Estado, no ano que vem. "Ciro não tem nada a ver com isso, viu? A Trevo presta serviço há 15 anos (a Ciro)." O vocalista Leo diz não saber da investigação da CGU nem por que é acusado de ter recebido das prefeituras um cachê gordo demais: "O valor (do cachê) é subjetivo. Prestei os serviços". Leo e a turma da Xenhenhém sabem apenas que o forró do Ciro vai continuar: No toque da sanfona/o forrozão vai truar/Vem balançar/Remexe o bumbum/lentin, lentin/bote o corpo pra acelerar/pra lá e pra cá. Como o próprio Leo diria: "Arre, égua!".
FONTE O DIA
Nenhum comentário:
Postar um comentário